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[Tubo de Ensaio - ]

09/10/2002

LIXO É TEMA DE PROGRAMA DE EXTENSÃO NO VALE DO JEQUITINHONHA


A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) propôs à UFMG que cuidasse da questão do tratamento do lixo no Vale do Jequitinhonha, região mais pobre de Minas Gerais. Desse convite, nasceu o projeto de extensão "Lixo e Cidadania no Vale do Jequitinhonha: mudando paradigmas", que existe há quatro meses e atende a 16 municípios do Médio Jequitinhonha, mais a cidade de Jequitinhonha.

Em vez de entregar projetos de aterro controlado e aterro sanitário às cidades, a idéia é ensinar as prefeituras a desenvolvê-los. Uma equipe de professores, alunos bolsistas e estudantes voluntários da Universidade, juntamente com especialistas em resíduos sólidos urbanos, está ministrando cursos de caráter técnico-operacional e gerencial. Os cursos possuem um módulo teórico e outro prático, em que todos os participantes se reúnem mensalmente em uma cidade escolhida. "A parte prática é eles montarem o projeto com a gente", explica o professor do Instituto de Geociências (IGC) Luiz Guilherme Knauer, coordenador do projeto.

Cada município conta com dois ou três participantes, preferencialmente funcionários de carreira das prefeituras. Os recursos, cerca de R$450 mil para um ano de trabalho, foram fornecidos pela Loteria Mineira e pela Semad.

O grupo de especialistas em resíduos é chefiado pelo engenheiro arquiteto Cássio Versiani Velloso. Eles trabalharam na SLU de Belo Horizonte durante a administração 1993-96 e estão encarregados de realizar um diagnóstico sobre os resíduos sólidos no Vale do Jequitinhonha.

Aterros

Nos municípios de Araçuaí, Itaobim e Medina, estão sendo desenvolvidos projetos de aterro sanitário, que são mais complexos que os de aterro controlado e exigem mais procedimentos técnicos. Segundo Luiz Guilherme, "esses projetos terão maior acompanhamento com engenheiro e arquiteto até a fase de licenciamento ambiental pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), o que dá direito ao ICMS ecológico". Esse recurso é distribuído aos municípios que adotam medidas de preservação do meio ambiente. Nos demais municípios, os projetos são para aterros controlados. O grande objetivo do projeto é a construção de centrais de reciclagem em locais estratégicos.

O projeto "Lixo e Cidadania" também atua na promoção da educação ambiental e na mobilização das populações. Peças de teatro com os grupos locais estão sendo produzidas, além de planos de varrição das ruas e de poda de árvores. Também estão sendo veiculados programas nas rádios comunitárias. Luiz Guilherme diz que várias ONGs e entidades da sociedade civil organizada foram convidadas para participar. "Esperamos que as ONGs atuem na parte de educação ambiental", explica.

O professor afirma que o projeto tem sido um grande sucesso: "A população é extremamente fácil de trabalhar e recebemos muito apoio das prefeituras e da associação das prefeituras (Ameje)". A próxima etapa, segundo Luiz Guilherme, é a realização de seminários reunindo o Alto, o Médio e o Baixo Jequitinhonha.

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Municípios atendidos
Araçuaí, Padre Paraíso, Coronel Murta, Itaobim, Medina, Virgem da Lapa, Itinga, José Gonçalves de Minas, Chapada do Norte, Berilo, Francisco Badaró, Jenipapo de Minas, Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Ponto dos Volantes, Novo Cruzeiro e Jequitinhonha.
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Saiba o que é:

Aterro sanitário: aterro para lixo residencial urbano com pré-requisitos de ordem sanitária e ambiental. Deve ser construído de acordo com técnicas definidas, como: impermeabilização do solo para que o chorume não atinja os lençóis freáticos, contaminando as águas; sistema de drenagem para chorume, que deve ser retirado do aterro sanitário e depositado em lagoa próxima que tenha essa finalidade específica, vedada ao público; sistema de drenagem de tubos para os gases, principalmente o gás carbônico, o gás metano e o gás sulfídrico, pois, se isso não for feito, o terreno fica sujeito a explosões e deslizamentos..

Aterro controlado: é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho. Esta forma de disposição produz, em geral, poluição localizada, pois similarmente ao aterro sanitário, a extensão da área de disposição é minimizada. Porém, geralmente não dispõe de impermeabilização de base (comprometendo a qualidade das águas subterrâneas), nem sistemas de tratamento de chorume ou de dispersão dos gases gerados. Este método é preferível ao lixão, mas, devido aos problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, a qualidade é inferior ao aterro sanitário.

Fonte: Glossário Ambiental http://www.sobiologia.com.br/aulas/glossarioambiental.htm

Breno Lobato, estudante de Comunicação da UFMG






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